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Maria Padilha |
Brasão da Família Padilla (Portugal -
Espanha)
Da Casa de Padilha: Um escudo pleno,
contendo três pás de prata, em posição vertical, sobre fundo azul, cercado por
nove meias-luas, em prata, sendo três acima das pás, três abaixo das pás, uma à
direita das pás e duas a esquerda das pás; Um timbre de Águia Imperial
Nascente, de cor negra com adornos prata; Um virol, na cor azul e negra, aos
pés da Águia Imperial; Dois Paquifes, um a cada lado do Escudo Pleno, nas cores
azul e prata.
As Cores
Para cada cor do brasão da Casa de Padilha existe
um significado singular.
Prata: pureza, integridade,
firmeza e obediência
Azul: zelo, lealdade,
caridade, justiça, lealdade, beleza e boa reputação.
Negro: prudência, astúcia,
tristeza, rigor e honestidade.
A Águia Negra
Conhecida como Águia Imperial Nascente, por ser a
insígnia peculiar do Sacro Império Romano. Representada em cor negra,
ornada em prata, com as asas abertas, de pontas voltadas para cima, a cauda
espalmada, as pernas abertas com as garras estendidas, a cabeça voltada para o
flanco direito, ereta, com a língua de fora. —Essa é a posição estendida.
A águia pode ser vista, figuradamente,
como símbolo de força, de grandeza e de majestade. Foi muito usada em brasões
de exércitos, figurando nos estandartes de Ciro, rei dos Persas, e, mais tarde,
durante o segundo consulado de Mário, encimando as lanças que eram insígnias
das legiões. Na simbologia cristã aparece como possível símbolo da ressurreição
e o triunfo de Cristo e do cristianismo. Foi também o símbolo da alma humana, o
símbolo das artes. Chama-se de águia o homem muito perspicaz, penetrante, que
vê longe; superior em inteligência.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_Padilha#Significado
Olá amigos e leitores!
Inicio essa postagem com o Brasão da família
Padilla (com dois ll se escreve na Espanha), com um único objetivo: refletir
sobre essa entidade tão carismática no meio Umbandista chamada Maria Padilha.
Sabemos que Padilhas existem muitas e que cada uma
tem a sua história particular de vida, porém, refletir sobre a história de uma,
especifica, Maria Padilha, que deixou sua marca na história, talvez nos
esclareça melhor sobre o papel das tantas Padilhas que incansavelmente
trabalham na Terra sob a Sagrada Égide da Umbanda.
Com todo o respeito a todas as entidades que
compõem essa falange, quero centralizar o foco dessa minha reflexão/pesquisa,
em torno da história de Dona Maria Padilla de Castela, amante e posterior
esposa do Rei Dom Pedro I de Castela (Espanha Ibérica).
Nossa personagem histórica deixou sua marca em sua
passagem terrena, envolta em enredo de amor e de dor.
Sucumbe
Maria Padilha, vitima da peste bubônica, que na ocasião, arrebatou muitas vidas
na Europa, semanas após a morte de sua pretensa “rival”, esposa de Don Pedro,
pelos dados históricos, morta por envenenamento.
Pensando então, sobre carma, reencarnação e
evolução espiritual através do trabalho conjunto com os espíritos encarnados,
foi que me ocorreu a idéia de postar aqui essa despretensiosa reflexão sobre
Maria Padilha, entidade de Umbanda que tanto auxilia os encarnados necessitados
em suas caminhadas pela vida na Terra.
Pesquisando encontrei alguém que escreveu algo
sobre o assunto, estabelecendo um paralelo entre Maria Padilha histórica e
Maria Padilha entidade. O livro “Maria Padilha e toda a sua Quadrilha” de
Marlyse Meyer, Ed. Duas Cidades, é o livro em questão sobre o qual não posso
opinar, uma vez que não tive acesso a tal leitura.
Voltemos então à reflexão:
Iniciei a postagem com o brasão da família de
Maria Padilha. Toda e qualquer semelhança com os pontos riscados da Umbanda
seria mera coincidência? Ou há algo a se refletir?
Sou mais pela reflexão, uma vez que pontos
riscados são identidades, sinais, mensagens que os espíritos enviam a nós,
encarnados, e ao astral principalmente como uma forma de estabelecer a qual
categoria de trabalho espiritual esteja, naquele momento, engajado, além de se
identificar espiritual e terrenamente. O Brasão, portanto, quando analisado, em
seu significado, nos fala sobre os valores morais/espirituais, da família
Padilla e de sua nobre integrante Maria.
Com base na frase: “Umbanda é a manifestação do
espírito para a caridade”, ouso pensar, e tão somente pensar aqui com os meus
“botões”, que é muito possível sim que a Maria Padilha histórica tenha dado
inicio à falange hoje militante na Umbanda em suas mais diversas formas de
manifestação e ritual, de outra forma, o nome Maria Padilha, jamais teria sido
conhecido, nem tampouco cultuado como acontece nos dias de hoje na maioria dos
terreiros espalhados pelo nosso mundo.
Se a Umbanda é a manifestação do espírito para a
caridade, é também a manifestação do espírito para evoluir em conjunto com os
espíritos ainda encarnados, sendo assim, nada há que possa contrariar, dentro
desse contexto, a idéia que Maria Padilha, amante/esposa do Rei D. Pedro I de
Castela, tenha dado inicio a essa falange de trabalhadoras de Umbanda, guardiãs
por excelência, dos mistérios que envolvem as emoções dos homens no sentido de
humanidade.
A história de Maria Padilha de Castela, não é uma
história de final feliz, nem tampouco sua vida foi um conto de fadas.
Maria Padilha histórica foi amante, esposa,
mãe, além de braço direito do Rei nas questões políticas, influenciando o mesmo
segundo seus pensamentos. Existe ainda, a hipótese de ter sido ela a mandante
do crime por envenenamento da esposa de Don Pedro, porém, quanto à isso, nada
encontrei de relevante, apenas algo vago mencionando tal fato. Apenas a morte
por envenenamento é fato documentado.
Tendo vivido uma história de amor tão forte e
real, vindo a sucumbir ela logo após a morte da outra, que era esposa legítima
do Rei, nós, que cremos em reencarnação e carma, se refletirmos, veremos que é
absolutamente possível que Maria Padilha, ao invés de evoluir pelas vias da
reencarnação, possa ter perfeitamente escolhido, ou ter sido constrangida a
escolher a evolução pelas vias do trabalho caritativo que a mediunidade a todos
proporciona, quando seja o caso, é claro.
Sendo assim, penso ser muito provável/possível,
que ela tenha dado inicio a essa falange e/ou linha de trabalho, ou ainda,
agrupamento de espíritos afins, como queiram, por que não?
Penso assim por uma razão muito forte que me chama
realmente a atenção e essa razão é o fato que, a maioria das pessoas, que
agradecem a essa entidade, alguma graça alcançada ou ajuda efetiva em sua
caminhada, se refere a ela, na maioria das vezes, como sendo rainha, o que na
realidade, pelos fatos históricos, ela não foi, apenas foi sepultada com todas
as honras de uma rainha por ordem do Rei.
Mesmo não tendo sido rainha, Maria Padilha
histórica, era sim de nobre família, portanto, a meu ver, esse fato também
explica os modos, quando incorporadas, sempre muito finos e requintados, além
de conservar o sotaque espanhol em sua fala, das tantas Padilhas que se
manifestam e trabalham nos vários terreiros pelo Brasil e pelo mundo
espalhados.
São muitas “coincidências”, muitas semelhanças!
Sem dizer que seu trabalho é mais e profundamente voltado à cura dos corações
que sofrem por amor ou estão com suas emoções em frangalhos.
Penso que Maria Padilha, a da história, tinha
conhecimento e habilidade com a magia, pois, em toda a Europa se praticava
magia e rezas que certamente ela conhecia fato que apenas reforça a opinião que
ora emito que tenha sido ela a primeira de um grande grupamento de espíritos
que se formou por conta de afinidades.
Já ouvi alguns relatos sobre a atuação de Maria
Padilha como entidade de Umbanda e, todos eles se relacionam de alguma forma,
com questões emocionais, sentimentais, bem como questões envolvendo
fertilidade, manutenção da família e por ai vai. Situações que Maria Padilha
histórica, viveu em plenitude, portanto, nada mais compreensível que um
espírito, tendo vivido tão intensamente as dores da alma que ama, sofre e luta
pelo seu amor, pela sua família, filhos e integridade, venha a se propor
evoluir pelas vias do trabalho de auxilio ao próximo através da ferramenta
mediúnica.
Outro fato, muito interessante, também me chama
muito a atenção quando penso em Maria Padilha entidade e esse fato é o gosto
pelo requinte, normal para quem viveu na nobreza, os gestos delicados e a
educação que lhe é tão peculiar ao falar e se dirigir a alguém, além, é claro,
do temperamento forte, por vezes, autoritário, de quem sabe muito bem exercer a
liderança, atributos que Maria Padilha, histórica, possuía.
Tudo o que envolve Maria Padilha histórica está
representado ou reproduzido em Maria Padilha entidade, isso considero muito
interessante.
Até aqui, antes de ter recebido a sugestão para a
pesquisa, sugestão a mim passada pelas vias da intuição, eu nada sabia sobre
Maria Padilha, amante/esposa do Rei D.Pedro I de Castela. Eu desconhecia essa
história e, ao me deparar com os frutos da pesquisa, me encantei de tal forma
que pude sentir mediunicamente, a presença dessa entidade querida e plena de
Luz.
Outro fato extremamente interessante que descobri
pesquisando, é que Maria Padilha histórica gostava de se vestir com a cor
vermelha, coincidência? De qualquer forma é por demais interessante toda essa
reunião de semelhanças.
Pensando
sobre o Rei, viúvo de Maria Padilha, que era conhecido como “O Cruel”, pelos
seus atos violentos, diante da morte da amada certamente teve de refletir e
evoluir, ao menos um pouco através da dor pungente que foi para ele a perda de
Maria Padilha para a peste. Ele ordenou que ela fosse sepultada então com
honras de rainha, pois que assim ele a considerava. Depois do evento da morte
dela, todos os filhos que tivera com o Rei, ao todo quatro, em respeito a sua
memória, passaram a usar o sobrenome Padilha.
Algumas vezes ouvi pessoas, médiuns, dizendo que a
maioria das médiuns Umbandistas gostaria de trabalhar com a entidade Maria
Padilha e que confundiam outras Pombas-Gira com ela. Refletindo sobre tal
afirmação, penso ser natural, principalmente entre médiuns iniciantes, esse
desejo, uma vez que Maria Padilha é muito envolvente, elegante e mística, além
de eficaz em seus trabalhos que jamais atendem aos gostos pessoais dos que vão
à busca de sua ajuda. Ao contrário do que pensam muitos, essa entidade é extremamente
justa, cautelosa e só atua dentro dos limites de sua permissão. Jamais atende a
desejos inescrupulosos e mesquinhos. Sabe muito bem quais são os caminhos mais
seguros para a evolução espiritual e material das pessoas, por isso alguns
dizem: “ tome cuidado com ela”. Esse cuidado é no sentido de que há de se ter
cuidado quando a ela solicitar ajuda para não sair de sua presença cabisbaixo
pela eventual lição de moral e humildade que ela possa aplicar.
Enfim, Maria Padilha de Castela e Maria Padilha da
Umbanda, podem não ser a mesma pessoa, mas ambas sustentam entre si muitas
semelhanças.
Na verdade, o que realmente importa, é o trabalho
digno e belo que as Padilhas, de Castela, do Brasil e do mundo, realizam em
nome de Deus sob a Égide da Umbanda ou onde quer que lhe seja solicitado o
trabalho no bem.
Deixo
aqui registrado o meu respeito e apreço por todas as Padilhas que sem esmorecer
trabalham pelo bem, progresso e evolução de todos e delas mesmas.
Este texto é de Minha Irmã Escritora: Anna
Ponzetta do Blog http://annapon-coisasdaalma.blogspot.com/
Pombagira e As
Faces Inconfessas do Brasil
Do livro de
Reginaldo Prandi, Herdeiras do Axé.
São Paulo, Hucitec, 1996, Capítulo IV, pp. 139-164.
(trecho
da obra acima citada )
Maria Padilha, talvez a mais popular Pombagira, é
considerada espírito de uma mulher muito bonita, branca, sedutora, e que em
vida teria sido prostituta grã-fina ou influente cortesã. A
escritora Marlyse Meyer publicou em 1993 seu interessante livro Maria
Padilha e toda sua quadrilha, contando a história de uma amante de Pedro I
(1334-1369), rei de Castela, a qual se chamava Maria
Padilha. Seguindo uma pista da historiadora Laura Mello e Souza
(1986), Meyer vasculha o Romancero General de romances castellanos anteriores
ao siglo XVIII, depois documentos da Inquisição, construindo a
trajetória de aventuras e feitiçaria de uma tal de Dona Maria Padilha e toda a
sua quadrilha, de Montalvan a Beja, de Beja a Angola,
de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de São Paulo e de todo o
Brasil. O livro é uma construção literária baseada em fatos documentais no que
diz respeito à personagem histórica ibérica e em concepções míticas sobre a
Padilha afro-brasileira. Evidentemente não encontra provas, e nem pretende
encontrá-las, de que uma é a outra. Talvez um avatar imaginário, isto sim.
E que pode, quem sabe, vir a ser, um dia, incorporado à mitologia umbandista.
Salve as Moças, Cumadres de Todos nós...
Laroyê Maria Padilha.
Maria Padilha é Mojubá.
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